Tradição e tecnologia no mundo camponês: relação controversa entre presente, passado e futuro!

By: Valter Israel da Silva

19/07/2024

No coração da agricultura camponesa, se forma um grande dilema: como preservar a identidade cultural enquanto se abraça o futuro tecnológico?

A agricultura camponesa enfrenta um desafio crucial: como encontrar um equilíbrio entre as práticas tradicionais e as novas tecnologias para garantir sua sustentabilidade e competitividade no futuro. Essa tensão não é apenas uma questão de técnica; ela afeta diretamente a sucessão familiar e o futuro das comunidades rurais.

As novas gerações cada dia mais buscam pela tecnologia, o que gera choque na metodologia de conduzir a unidade de produção com as gerações mais velhas, que tendem a ser mais conservadoras e vêm a tecnologia como ameaça a sua identidade cultural e ao seu modo de fazer agricultura.

Esta é apenas uma das dificuldades que o mundo rural enfrenta hoje para a sucessão familiar. Dificuldades de acesso à cultura e lazer, como falta de espaços de convivência e opções de entretenimento, bem como a baixa renda familiar, levam muitos jovens a buscar oportunidades fora do campo. A sucessão familiar é o alicerce da agricultura camponesa, garantindo a continuidade das práticas tradicionais, o conhecimento acumulado ao longo das gerações e a resistência das comunidades rurais frente às mudanças do mundo moderno. 

Por outro lado, é inegável o potencial que a tecnologia traz na redução da penosidade do trabalho, bem como nos resultados produtivos.

Hoje, é muito comum a utilização do celular para monitorar a previsão do tempo, para utilização de aplicativos de gestão da propriedade bem como para vender a produção, para assistência técnica a distância... Até mesmo a robótica está chegando a algumas pequenas propriedades, especialmente na produção leiteira. Estudos apontam que cerca de 90% das propriedades rurais possuem celular, muito embora apenas uma pequena parte delas utiliza no sistema produtivo. 

O futuro da agricultura camponesa depende da capacidade de conciliar as práticas tradicionais com as novas tecnologias. Para isso, é necessário investir em educação, pesquisa e extensão rural, além de políticas públicas que facilitem o acesso dos pequenos agricultores a novas tecnologias e mercados.