O Espírito Cultural do Natal.
- Brajeiradas criação de cont.
- 23 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 24 de dez. de 2024
A tradição de enfeitar as praças das cidades para o Natal é uma prática encantadora que cativa pessoas de todas as idades. Mas você já se perguntou como surgiu essa tradição?
A origem dessa prática é um pouco complexa e envolve uma mistura de diversas culturas e discussões.
Festivais Pagãos: Muitas das tradições natalinas têm raízes em festivais pagãos que celebravam o solstício de inverno. Nesses festivais, era comum decorar casas e locais públicos com plantas sempre-verdes, como símbolo de renovação e esperança em meio ao inverno rigoroso.
Cristianização: Com a expansão do cristianismo, muitas dessas práticas pacíficas foram adaptadas e incorporadas às celebrações natalinas. A árvore de Natal, por exemplo, é um símbolo que tem origem em cultos pagãos, mas foi cristianizada e associada ao nascimento de Jesus.
Símbolos de Esperança e União: As decorações natalinas, incluindo as luzes e os enfeites nas praças, passaram a representar a luz que Cristo trouxe ao mundo e a união das comunidades.
Com o passar dos anos, a tradição de enfeitar as praças para o Natal foi se tornando cada vez mais popular e elaborada. As cidades começaram a competir entre si para criar as decorações mais impressionantes, com árvores de Natal gigantes, iluminações exuberantes e eventos especiais, tudo em busca de destaque e fomento ao turismo e à atenção do público, que, em muitos lugares, passou a ser um grande propulsor do desenvolvimento econômico e social, como é o caso da Serra Gaúcha, mais especificamente dos municípios de Gramado e Canela, que se fazem referências neste quesito.
Hoje em dia, a decoração natalina nas praças tem um significado muito especial. Ela representa a união das comunidades uma vez que as praças são espaços públicos que pertencem a todos, e a decoração natalina as transforma em locais de encontro e reuniões. Além da magia do Natal que tem nas luzes, cores e os enfeites a possibilidade de criar uma atmosfera mágica e festiva, despertando o espírito natalino em todos e, por que não dizer da esperança e a renovação que assim como nos antigos festivais pagãos, as decorações natalinas continuam sendo um símbolo de esperança e renovação, convidando as pessoas a celebrar a vida, compartilhar, solidarizar e olhar para o outro com os olhos da caridade, da empatia, do amor e da solidariedade.
A prática de enfeitar praças públicas para o Natal tem origem em tradições culturais e religiosas associadas às festas de Natal, mas foi amplamente popularizada e adaptada ao longo do tempo. Nas cidades europeias, como na Alemanha, Áustria e França, desde a Idade Média, os mercados natalinos foram montados em praças centrais durante o período. As ruas e espaços públicos eram decorados com luzes, guirlandas e árvores de Natal, simbolizando a preparação para a celebração do nascimento de Jesus. Essa prática foi trazida para a América pelos colonizadores europeus, principalmente pelos imigrantes alemães no século XIX.
Também não se pode deixar de refletir sobre a árvore de Natal decorada (tradição germânica), que se tornou popular na Europa e nos Estados Unidos no século XIX, principalmente após ser imposta pela rainha Vitória e pelo príncipe Albert no Reino Unido. A partir daí, passou a ser reproduzida não apenas em residências, mas também em espaços públicos, como praças e lojas.
Tudo isso tomou uma proporção maior a partir da inovação tecnológica, ou seja, com a invenção da luz elétrica e o surgimento das lâmpadas decorativas (fios de luz) no início do século XX. Tornou-se comum iluminar árvores, praças e prédios durante o Natal. Isso tornou a celebração mais visual, brilhante e atrativa para as comunidades, despertando a atenção e sensibilizando as pessoas para uma época que se traduz em uma magia de sentimentos que brotam a partir dos estímulos.
No século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos popularizaram a ideia das grandes decorações natalinas urbanas. Cidades como Nova York (com a árvore do Rockefeller Center) e Chicago transformaram praças e avenidas em pontos turísticos com decorações impressionantes.
"No Brasil, a tradição foi trazida pelos imigrantes europeus e, ao longo do tempo, ganhou características locais."
A partir do século XX, principalmente com o crescimento das cidades e da cultura urbana, as prefeituras começaram a enfeitar praças, ruas e edifícios públicos como forma de criar um ambiente festivo e comunitário. As decorações de Natal passaram a ser uma maneira de atrair turistas, promover o comércio local e fortalecer o espírito natalino nas comunidades. Hoje, as decorações de Natal em praças e espaços públicos são uma mistura de tradição cultural, modernidade e incentivo ao turismo. Algumas cidades brasileiras, como Gramado e Canela (RS), com o evento Natal Luz, se destacam por suas grandiosas celebrações e enfeites natalinos, tornando-se referência nacional.
Não obstante, a tradição de decorar a cidade de Pinhão - PR para o Natal tem se consolidado ao longo dos anos, promovendo um ambiente festivo e fortalecendo o espírito comunitário. Sabedores das iniciativas antecessoras, porém de ordem particular e de cunho privado, onde moradores enfeitavam suas casas, aliado à emancipação recente do município de Pinhão, os primeiros registros encontrados dessa cultura natalina são datados de 2018, quando a cidade iniciou o "Natal Encantado", com ruas iluminadas, a praça central enfeitada e a instalação da Casa do Papai Noel, aberta para receber as crianças.
Assim em 2019, a decoração natalina ganhou destaque no município de Pinhão, com casas e espaços públicos ricamente enfeitados. A Praça Municipal Darci Brolini recebeu uma árvore flutuante no centro do lago, enquanto os enfeites luminosos espalhados por
diversas ruas trouxeram beleza e encantamento à cidade. Esse momento consolidou a tradição como um evento cultural importante para o município. Contudo, nos anos seguintes, 2020 e 2021, a pandemia de COVID-19 assolou a humanidade, o que fez com que as festividades natalinas, tanto no Pinhão como no resto do mundo, fossem modestas. A necessidade de distanciamento social obrigou a população a evitar espaços coletivos, como no caso as praças.
Então em 2023, se buscou uma retomada, onde Pinhão iniciou seus preparativos para a decoração de Natal, com o objetivo de resgatar o espírito natalino e valorizar a cultura regional, justamente para consolidar este momento cultural importante para o município, uma vez que cabe ressaltar que a cidade celebra sua festividade de aniversário no dia 15 de dezembro, o que, além de proporcionar festividades de aniversario vem a desencadear todo o processo de comemorações das festas de final de ano.
É fundamental destacar que as festividades contam com a participação de muitas pessoas, muitas vezes anônimas, mas extremamente importantes para garantir a magia e a beleza dos espaços públicos. Um exemplo é o senhor José de Matos, responsável por cuidar da Praça da Bíblia, no município de Bituruna, interior do Paraná. Há mais de quatro anos, ele se dedica a preservar, zelar e embelezar a praça, não apenas durante o período natalino.
"Decorar praças é espalhar beleza, alegria e acolhimento para toda a comunidade." Geneci França.
O trabalho de seu José reflete a importância de diversos profissionais, como eletricistas, arquitetos, varredores e outros que se envolvem na criação, manutenção, organização burocrática e programação cultural das atividades natalinas nos espaços públicos, como as praças.
Essas iniciativas refletem o compromisso da cidade em manter viva a tradição natalina, promovendo a união e o espírito comunitário durante as festividades de fim de ano.
Por fim resta dizer: "Feliz aniversário ao município de Pinhão, feliz Natal a todas as comunidades e um belo e próspero ano de 2025."
Natal é cultura, um momento que muitos artistas locais encontram espaços para mostrar sua arte em apresentações e show.